sexta-feira, 22 de abril de 2011

OS CÁLICES DA PROMESSA


Os judeus crêem que as quatro promessas de Deus em Ex. 6: 6,7 são representadas pelos cinco cálices com vinho, conforme descreveremos a seguir:

1) O primeiro cálice chama-se o copo da santificação (kos kidush) "Eu sou o eterno que te libertarei do jugo egípcio". Ex. 6:6 (A Hagadá de Pêssach, pg 22).

2) O segundo cálice chama-se o copo da redenção. (kos g'ula). "Eu vos livrarei do seu jugo". Ex: 6:6 (A Hagadá de Pêssach, pg 60).

3) O terceiro cálice chama-se o copo da bênção. (kos b'rachá) "Eu vos salvarei com braço estendido". Ex. 6: 6 (A Hagadá de Pêssach, pg. 67).

4) O quarto cálice chama-se o copo da aceitação. (kos hartzaá) "Eu vos hei de tomar para serdes o meu povo". Ex.6:7 (A Hagadá de Pêssach, pg 91).

5) O quinto cálice chama-se o copo de Eliahu, Elias.

As duas primeiras promessas falam da libertação e livramento de Israel.

Duas palavras que são usadas para expressar a mesma coisa em vários textos nas Escrituras, porém nesse caso, elas expressam duas situações distintas:

Libertarei da presente escravidão e livrarei da presente e da futura escravidão.

- A primeira promessa é tirarei (hotze'tiy) de debaixo do jugo, que, em português mais aprimorado é libertarei do jugo. Libertação aqui significa liberar alguém que está preso a algo;

- Já a segunda promessa é livrarei (hitzalttiy).

Livramento significa também preservar alguém de algo, que lhe prende no presente ou que poderia prendê-lo no futuro, à condenação à morte por exemplo. O povo israelita estaria preso ao jugo egípcio, não apenas no passado, mas também no futuro, se não fosse a intervenção divina.

- Já a terceira promessa fala da redenção e a palavra usada é resgatarei que significa comprar ou redimir, isto é, o ato de redenção de Israel. No original hebraico a palavra é (ga'alttiy) que significa resgatarei ou remirei.

- E a quarta promessa fala do ato de Deus tomar posse dos israelitas como sua propriedade exclusiva e também do ato do Senhor de tomar posse da terra prometida para o seu povo, a terra que emana leite e mel. Em hebraico (lakachttiy) que significa tomarei.

- E a quinta promessa, embora não tenha sido registrado no texto que Deus ordenou a Moshe, Moisés escrever sobre a instituição do Sêder de Pêssach, contudo nós sabemos que se encontra em grande parte das Escrituras, a qual fala da glorificação dos redimidos. (Tehilim, Salmos 91:15).

Se de fato os cálices com vinho representam essas promessas, então também poderiam ser chamados de:

1) LIBERTAÇÃO,

2) LIVRAMENTO,

3) REDENÇÃO

4) APROPRIAÇÃO

5) GLORIFICAÇÃO

Todavia acreditamos, que esses cálices representam e simbolizam muito mais do que esclarecemos até agora. Aproveitamos para registrar o que disse o rabino Herbert Bronstein, editor de A Hagadá de Pêssach, sobre o quinto cálice, o de Elias:

"O ritual de um cálice adicional de vinho, certamente nasceu em nosso tempo..." Por isso mesmo consideraremos apenas os quatro cálices como parte integrante do Sêder.

O termo hebraico Sêder, significa ordem, a ordem do culto doméstico na celebração do Pêssach.

O conteúdo dos cálices é o vinho que simboliza o sangue do cordeiro de Pêssach, o preço, ou ainda, o pagamento de tão grande resgate, a redenção de todas as coisas físicas criadas por Deus nos reinos - mineral, vegetal e animal - bem como de todas as coisas metafísicas que integram a criação divina.

Na verdade, cremos que todos os cálices têm um mesmo significado pelo seu conteúdo único, isto é, o preço da redenção. Em conseqüência do ato único de redenção, realizado pelo cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, Yeshua ha Mashiach, o Salvador Ungido, recebemos de Deus santificação, libertação, livramento, salvação, justificação, purificação, perdão, vida eterna, filiação, etc.

Já a pluralidade dos cálices fala das etapas do processo da redenção:

O primeiro cálice fala da redenção do espírito do homem (metafísico);

O segundo cálice fala da redenção da alma do homem (metafísico);

O terceiro cálice fala da redenção do corpo do homem, bem como, de todas as coisas físicas criadas;

O quarto cálice fala de Deus tomando posse do homem como propriedade redimida, como também tomando posse do próprio planeta e de toda criação como promessa dada aos redimidos para implantar o reino de Deus.

E o quinto cálice fala da glorificação dos redimidos já de posse da terra prometida, a saber da Nova Jerusalém, a qual é anti-tipo da Jerusalém terrestre.

Tudo isso foi prefigurado no passado pela terra prometida, a Canaã, a terra que emana leite e mel, reservada para os israelitas viverem exclusivamente para servir ao Senhor.

A ordem das etapas da redenção, representada pelos cálices, significa que Deus começa o processo da redenção pelo próprio homem depois da queda de Adão e Eva. E isso, do interior para o exterior, isto é, partindo do espírito para a alma e finalmente o corpo. Esta mesma redenção se estende às coisas físicas criadas por Ele.

É quando Deus toma posse da sua herança conforme a lei da redenção da possessão adquirida. (Lv. 25: 23,25, Ap.5:9,10;11:15). O homem, o planeta terra e toda criação foram adquiridos temporariamente por Satanás até que haja a completa redenção e tudo retorne aos seus legítimos donos, isto é, Deus e o seu povo. (Lv.25:9,10,13).

Nessa época não somente os legítimos herdeiros receberão e tomarão posse de sua herança, assumindo o domínio do planeta, mas também os escravos serão livres, isto é, o restante da raça humana libertada do império das trevas para servir ao Rei dos reis, Mashiach e o seu povo, os administradores do mundo futuro.

"Redimir é comprar de volta algo que o legítimo dono perdeu. Uma possessão adquirida, portanto, não era um bem permanente, mas estava sempre sujeito à redenção. Aquele que adquirisse um bem não podia ficar tranqüilo quanto a posse do mesmo e quanto a garantia dos herdeiros. Nunca se sabia em que momento algum parente do antigo proprietário se apresentaria com o preço da redenção, que equivalia ao aluguel dos meses que restavam até a data do jubileu quando as terras seriam devolvidas automaticamente ao herdeiro original. (Lv. 25:27,28). As terras adquiridas, portanto, eram temporárias e jamais perpétuas. Somente a possessão herdada era segura. O processo de restauração das terras aos seus legítimos herdeiros era chamado de redenção e o parente que as resgatava era chamado de remidor ou redentor. Todo esse processo tipificava a grande redenção de todo o planeta. A Terra ainda não foi redimida, mas já recebemos o Espírito de Deus, a certeza do cumprimento da promessa de D'us relativa à nossa herança até que se realize a redenção da possessão adquirida". (Ef.1:13,14) (O Futuro Glorioso do Planeta Terra).

O Messias Yeshua, nosso parente próximo e remidor, já realizou a nossa redenção espiritual e psicológica. Resta apenas que se concretize em nosso corpo, a saber, a nossa ressurreição. Só então se completará no planeta e em tudo que foi criado fisicamente por Deus, o plano da redenção, quando o Mashiach Yeshua na sua segunda vinda, implantar seu reino de paz e justiça sobre a Terra, assumindo o trono de Davi, em Jerusalém. Moisés foi um tipo do Messias, quando usado por Deus para libertar o povo israelita do Egito, prefigurando a libertação de todos aqueles que se convertem ao Deus de Israel, através do Messias Yeshua. "No princípio, era o Verbo (Yeshua), e o Verbo (Yeshua) estava com Deus e o Verbo (Yeshua) era Deus (Elohim)". (Jo. 1:1) "E o Verbo (Yeshua) se fez carne e habitou entre nós..." (Jo.1:14).

"Quando Deus redimiu Israel do Egito essa redenção avalizou o direito do próprio Deus de tornar-se o dono legítimo de Israel. O povo hebreu já Lhe pertencia por criação e eleição e agora também por redenção. Historicamente, a redenção de Israel do jugo do Egito é uma prefiguração da redenção maior da raça humana pecaminosa mediante a morte de Yeshua na cruz. Todos os crentes são redimidos por Yeshua do poder de Satanás, do pecado e do mundo. Agora pertencem a Ele e podem confiar no seu amor e nas suas promessas". (Bíblia de Estudo Pentecostal).

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